Para barrar Elon Musk, Twitter adota ‘pílula de veneno’. Entenda a estratégia
O Twitter adotou ontem a chamada “pílula de veneno”, a fim de limitar a capacidade de Elon Musk de ampliar sua fatia na rede social. Esta semana, o homem mais rico do mundo fez uma oferta de US$ 43 bilhões pela empresa.
A “pílula de veneno”, cujo nome formal é plano de direitos dos acionistas, acaba por diluir a participação de qualquer um que obtenha mais de 15% de uma empresa, por meio da venda, com desconto, de papéis aos demais acionistas. A pílula de veneno terá validade por um ano.
Para o analista da Wedbush Dan Yves, a medida era previsível, mas não será bem vista pelos acionistas, devido à potencial diluição da participação deles.
O Twitter recorreu à estratégia para ganhar tempo, disse à agência Bloomberg uma pessoa com conhecimento do assunto. O Conselho de Administração quer, com isso, ser capaz de analisar e negociar qualquer acordo.
“O plano de direitos não impede que o conselho se envolva com partes ou aceite uma proposta de aquisição se acreditar que é do melhor interesse do Twitter e de seus acionistas”, afirmou a empresa em nota.
De acordo com o plano do Twitter, cada direito permitirá seu titular comprar, ao preço de exercício então vigente, ações adicionais de ações ordinárias com um valor de mercado então atual de duas vezes o preço de exercício do direito.
Na oferta enviada à empresa, arquivada pela SEC, Musk afirma que a proposta: “é um preço alto e seus acionistas vão adorar”.
Falando mais tarde na quinta-feira em uma conferência TED, Musk disse que não tinha certeza de que “seria realmente capaz de adquiri-lo”.
O bilionário acrescentou que sua intenção era também manter “o número de acionistas permitido por lei”, em vez de manter a propriedade exclusiva da empresa.
As ações do Twitter caíram 1,7% em Nova York nesta quinta-feira, refletindo a visão do mercado de que o acordo provavelmente seria rejeitado ou fracassado.
O “Wall Street Journal” informou anteriormente que a empresa com sede em São Francisco estava considerando as “pílulas de veneno” como estratégia de defesa.
Musk divulgou pela primeira vez sua participação no Twitter no dia 4 de abril, quando se tornou o maior investidor individual da companhia.
“Se o negócio não der certo, já que não tenho confiança na administração nem acredito que possa conduzir a mudança necessária no mercado público, precisarei reconsiderar minha posição como acionista”, disse Musk.
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